terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

RESUMO - Gonzaga ou a Revolução de Minas - CASTRO ALVES

Castro Alves escreveu este drama, os três primeiros atos se situam em Minas Gerais e o último no Rio de Janeiro. Seu trabalho corresponde ao período entre 1789 a 1792. A peça contém quinze personagens específicos, além de damas, cavalheiros, conspiradores e soldados.

ATO I - OS ESCRAVOS

Cena I
O escravo Luiz está preocupado com o seu senhor Gonzaga, pois o tem visto muito pensativo, aproveita a conversa para dizer o quanto se sente grato pela liberdade recebida. Eles relembram Cora, mulher de Luiz, já morta. Também falam sobre a filha, Carlota que foi vendida ainda na infância. Luiz lamenta sua perda e Gonzaga lhe questiona sobre o que ele estaria disposto a fazer para tê-la de volta. Luiz diz estar disposto a tudo, até a morrer, Gonzaga então anuncia que isso só será possível por seu heroísmo na revolução.


Cena II
Enquanto ainda falavam, chegam Cláudio, Alvarenga e o padre Carlos, Luiz sai e os quatro começam a conversar sobre os abusos da metrópole, que sabemos, é Portugal, e da situação difícil em que se encontram na colônia. Cristo é citado como exemplo de luta e sofrimento, para reforçar a ideia de que chegou a hora da revolução. Eles culpam a metrópole pelas dificuldades de toda a sociedade, se queixam dos impostos que eles chamam de dízimos da metrópole. Planejam disseminar o descontentamento entre a população, acreditam que o povo irá se unir a eles nessa luta. Os amigos são inspirados pela Independência Americana e pela Revolução Francesa, se deu certo lá, dará certo nas Minas também. Os rebeldes sabem que não terão êxito sem a ajuda de alguém do governo e Gonzaga se incumbe de envolver o intendente geral na conspiração, para isso esse irá se valer do escravo Luiz.

Cena III
Gonzaga chama Luiz à conversa e tendo ao fundo uma voz que canta, é a escrava Carlota falando de suas mazelas. Gonzaga começa a contar a triste história de Luiz aos amigos, como sua mulher sofreu nas mãos do seu dono, como acabou morrendo afogada e como sua filha lhe foi tirada. Gonzaga conta que falou sobre Luiz com Joaquim Silvério segundo ele “um dos melhores de seus companheiros”, Luiz não confia nele, Cláudio também não. Segundo Gonzaga, Silvério promete entregar a jovem escrava se Luiz participar da revolução. Apesar da desconfiança Luiz aceita a revolução como se fosse uma filha, só porque deseja encontrar Carlota.

Cena IV
Gonzaga vê ao longe alguém que vem em sua direção e imagina que seja alguém conhecido, e é, Silvério está chegando.

Cena V
Silvério entra em cena e a conversa se desenrola em torno do assunto principal, a revolução. Silvério se diz amigo do governador, mas reconhece que se eles falharem irão sofrer as consequências pelas mãos do próprio governador que está chegando à Vila Rica dentro de dois dias. Silvério pretende inflamar os corações com a ideia da revolução antes que o visconde chegue, mas suas intenções não são puras.

Cena VI
Silvério vai até Carlota, sua escrava e combina um encontro.

Cena VII
Os amigos se preparam para sair “rumo a independência” enquanto Gonzaga sonha com sua amada Maria Doroteia.

Cena VIII
Silvério vai ter com Carlota e exige o saldo da espionagem na casa de Maria. Carlota não quer mais trair a confiança da família que a tem em grande estima. Silvério a ameaça usando artifícios sórdidos entre outras coisas, a morte de seu pai que ele conhece bem. Carlota assustada volta atrás em sua decisão e lhe conta que Gonzaga e Maria pretendem se casar dentro de três dias, com ou sem o consentimento de Portugal que eles tentam conseguir já há dois anos. Silvério vai denunciar Gonzaga ao visconde.

Cena IX
Carlota se encontra com Maria, sua consciência pesa por trair sua confiança, Maria lhe abre o coração a respeito de seu amor por Gonzaga. Gonzaga se aproxima delas.

Cena X
Gonzaga e Maria trocam juras de amor, se casarão no dia seguinte. Gonzaga lhe apresenta documentos da revolução para que ela os entregue a seu tio, o Tenente-coronel João Carlos. Maria está feliz porque acredita que já estarão casados quando o governador, (a quem ela chama de corvo negro da desgraça) chegar. Enquanto ainda falam chegam o governador e Silvério, eles ouviram a conversa. O governador faz ameaças de morte e Maria desmaia deixando cair os documentos que Carlota pega, acreditando poder salvar a vida de seu pai.

ATO II - ANJO E DEMÔNIO

Cena I
Tiradentes, Cláudio, Alvarenga e padre Carlos conversam sobre a possibilidade de morrerem na forca prometida pelo governador, o padre cita Cristo como exemplo de martírio, Tiradentes lhes mostra que tudo é válido pela pátria, ele nem teme o visconde de Barbacena, governador tirano.

Cena II
Os amigos decidem participar de um baile, mas no outro dia, concordam, começa a revolução. Luiz os serve bebidas e os alerta que “as paredes têm ouvidos”, mas os amigos não se importam.

Cena III
Aproximam-se Silvério e o visconde de Barbacena que é anunciado pelo pajem em sua chegada. Os amigos estão por ali e brindam a morte do governador, ele ouve, mas segundo o conselho de Silvério, aguarda o desfecho do dia seguinte.

Cena IV
O governador conversa ironicamente sobre Maria e seu noivo, enquanto eles se aproximam do baile.

Cena V
Se estabelece um diálogo primeiramente entre o governador e Maria e depois com Gonzaga e Tiradentes. O governador não disfarça seu desejo por Maria nem sua raiva pelos inconfidentes (Gonzaga e seus amigos). Tiradentes afronta o governador e ele o manda prender.

Cena VI
O tenente-coronel anfitrião da festa desestimula o governador a respeito da prisão de Tiradentes. Passam a conversar Gonzaga e o governador sobre a questão dos impostos requeridos pela metrópole, depois o governador tenta ludibriar Maria para que não se case logo, mas espere o consentimento de Portugal.

Cena VII
Cláudio avisa que vai passar um tempo com uma jovem a quem quer bem, Tiradentes diz que irá depois.

Cena VIII
Gonzaga acredita no governador, mas Maria não e ainda sente medo. Gonzaga pergunta sobreo os documentos e ela vai busca-los para entregar ao tio.

Cena IX
Maria os pede a Carlota.

Cena X
Carlota lhe traz uns papéis.

Cena XI
Eles constatam que aqueles papéis não são os documentos.

Cena XII
Gonzaga diz aos amigos que o governador está do lado deles, o que ele deduzira após a conversa que tiveram. Carlota entrega os documentos a Silvério.

Cena XIII
Silvério mostra os documentos para o governador que os manda queimá-lo, o que lhe importa é usar o seu conteúdo para chantagear Maria.

Cena XIV
O governador declara a Maria o seu amor, mas é rejeitado por ela, então revela seus planos sombrios, mostrando-lhe os documentos. Maria o engana e destrói os documentos.
ATO III - OS MÁRTIRES
Cena I
Silvério e o governador estão na tocaia dos conspiradores e Silvério expõe seu plano de usar Carlota para pegá-los.

Cena II
Tiradentes e Cláudio suspeitam que estejam sendo seguidos.

Cena III
Cláudio, Tiradentes, Alvarenga, o Padre Carlos e três homens encapotados conversam sobre a revolução numa linguagem figurada.

Cena IV
Continuam o diálogo.

Cena V
Carlota cobra o encontro com o pai e Silvério o adia mais uma vez e pressiona a moça a cumprir mais uma tarefa na espionagem. Ela irá se passar por homem para chegar até os conspiradores. Ela teme ser descoberta e morta, Silvério a aconselha a usar algo que possa identificá-la quando preciso, ela se lembra do rosário de prata de sua mãe.

Cena VI
Silvério avisa o tenente-coronel que ninguém poderá sair do lugar onde estão sem apresentar a máscara e o rosário.

Cena VII
Carlota chega ao lugar onde estão os conspiradores e que a atende é Luiz, ele a deixa entrar, pois tem uma carta para entregar em mãos ao senhor Gonzaga.

Cena VIII
Maria se disfarça com roupas masculinas e máscara para tentar proteger Gonzaga.

Cena IX
Maria chega à casa onde está o governador e ele a confunde com Carlota, sem saber fala sobre os planos de Carlota chegar ao barco onde estão os conspiradores para abrir nele uma fenda e impedi-los de prosseguir viagem. Maria decepcionada finge ser Carlota e é liberada.

Cena X
Maria chega ao barco e se revela, pedindo que Gonzaga escape para viver.
Cena XII
Maria vai até a casa e avisa os amigos de Gonzaga que eles foram traídos. Eles discutem longamente sobre quem irá escapar e quem irá morrer, Maria implora que Gonzaga sobreviva, ou ela será obrigada a casar-se com o governador.

Cena XIII
Luiz busca Carlota e ameaça matá-la porque foi descoberta a sua trama, ele pede por uma última prece e um beijo no rosário de sua mãe morta. Luiz reconhece o rosário de sua mulher Cora e então os dois se descobrem pai e filha.

Cena XIV
Todos se despedem porque acreditam que irão morrer. Carlota entrega a Gonzaga o rosário de sua mãe para que ele possa escapar com vida, já que a máscara não será suficiente. Gonzaga escapa por um lado e Maria por outro, os demais permanecem no mesmo lugar.

Cena XV
Eles saem dispostos a morrer pela revolução.

Cena XVI
Silvério pensa ter visto Carlota, mas era Gonzaga que escapava. O governador por sua vez viu alguém que saía do outro lado, pensou que fosse Gonzaga.

Cena XVII
Gonzaga e Silvério descobrem que foram enganados e que escaparam Gonzaga e Maria.

Cena XVIII
O governador se vinga de Carlota e a entrega ao escravo Paulo para ser sua esposa.

Cena XIX
Silvério entra na casa e dá voz de prisão a todos os conspiradores. Mais uma vez ouve-se ao fundo o canto de Carlota. Os homens discutem muito, Silvério conta para Luiz que destinou sua filha para esposa de todos os escravos.

XX
Paulo traz Carlota que acabara de suicidar-se. Luiz tenta se consolar com a ideia de que ela seria lembrada entre os primeiros mártires do Brasil.

ATO IV - AGONIA E GLÓRIA
Cena I
Gonzaga assume que se vai morrer que seja dignamente, como mártir, à vista de todos.

Cena II
Encontram-se os prisioneiros Luiz e Gonzaga a caminho da audiência. Conversam sobre sua situação, Gonzaga espera rever Maria, mas tem poucas esperanças.

Cena III
O governador culpa Silvério de todos os seus prejuízos da conjuração, principalmente por não ter Maria em seus braços. Mas Silvério diz que só fez o que foi incentivado a fazer pelo próprio governador. Depois de aguçado por Silvério, o governador o faz jurar que a trará para ele.

Cena IV
Maria, embora a contragosto, atende a um chamado anterior e visita o governador.

Cena V
Maria e o governador têm uma conversa longa na qual ele mais uma vez declara seu amor, amor que ela enoja, mas está disposta a negociar com ele a liberdade de Gonzaga.

Cena VI
Na prisão Luiz discursa enquanto vê Maria chegando com o carcereiro para libertar Gonzaga.

Cena VII
Maria aguarda enquanto vão buscá-lo.

Cena VIII
Maria lhe dá a notícia de sua liberdade, Gonzaga demora a perceber que ela trocou sua própria liberdade pela dele, mas quando percebe se ira.

Cena IX
Gonzaga se encontra com Maria, o governador e um número de pessoas a quem ele quer falar sobre a trama do governador e a vergonha que sente pelo que Maria fez. Maria tenta dissuadi-lo, mas o governador tem provas (“forjadas”) de que ela aceitou de bom grado o acordo.

Cena X
Luiz desmascara o governador.

Cena XI
Silvério vem pedir o auxílio do governador porque sente a animosidade do povo contra sua pessoa, o governador, mais uma vez o culpa por suas desgraças.

Cena XII
Gonzaga acredita que vai morrer, Maria promete guardar sua memória.

Cena XIII
Gonzaga se despede de Maria e junto com Luiz, parte para Moçambique. Enquanto os vê partir, Maria recita uma triste poesia.

Professora Cidinha Britto 

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