Para tentar solucionar os problemas causados pela
mão de obra indígena, a Coroa Portuguesa resolveu incentivar o tráfico de
escravos vindos da África. Esse tráfico de escravos era realizado da seguinte
forma: os comerciantes saiam de Portugal com alguns produtos como armas de
fogo, vinhos, roupas, etc. e levavam esses produtos para a África, trocando-os
por negros que eram trazidos para o Brasil. Aqui, os negros eram trocados por
dinheiro, algodão e principalmente cana de açúcar, produtos que eram levados
para Portugal. Esse sistema, que ficou conhecido como “Comércio Triangular”,
fez durante muito tempo a fortuna desses comerciantes, que adquiriram grande
poder. Esses comerciantes passaram a pressionar os senhores de engenho da
colônia a comprar escravos, independente da necessidade econômica desses
senhores, sob a ameaça de não levar seus produtos para serem vendidos, em
Portugal.
O Tráfico
Os traficantes de escravos sabiam que era muito
comum, após uma guerra entre tribos africanas, a vencedora escravizar a outra.
Bastava então aos traficantes tornarem-se amigos dos chefes dessas tribos para
conseguirem escravos, tarefa que não era difícil, pois esses chefes gostavam
muito das bugigangas trazidas pelos traficantes. Para facilitar o seu trabalho,
alguns traficantes jogavam uma tribo contra a outra e esperavam para “colher os
frutos”, após a guerra. As condições de viagem nos navios negreiros eram
as piores possíveis. Os negros eram acorrentados uns aos outros e levados para
os porões dos navios, locais que não possuíam nenhuma higiene. A maneira como
eram tratados pelos traficantes também não eram das melhores, pois os escravos
passavam dias sem comer nada. Ao chegarem à colônia os negros eram alimentados
(para causarem uma boa impressão aos compradores) e levados ao mercado para
serem, vendidos aos senhores que os examinavam como se estes fossem animais.
Trabalho Escravo
Os escravos eram utilizados nos mais variados
tipos de trabalho: nas lavouras de cana, no engenho, na cozinha, nas minas,
etc. o trabalho era muito duro e aquele que não trabalhasses direito ou se
recusasse a fazê-lo sofria terríveis castigos como açoites ou a marca de ferro em
brasa, da letra “F”, para os negros fugitivos.
A Luta Contra a Escravidão
Para resistir à escravidão, muitos negros fugiam
das senzalas (grande galpão, onde dormiam os escravos) para as florestas. Esses
escravos fugitivos formavam aldeias, que eram chamadas de Quilombos. O Quilombo mais conhecido foi o de Palmares, pois
foi o que mais resistiu aos seus inimigos brancos. O primeiro a tentar destruir
o Quilombo de Palmares foi Fernão de Carrilho, em 1677, mas ele fracassou. Após
várias tentativas, todas inúteis, pois o Palmares além de muito populoso tinha
como líder, Zumbi, que incentivava os escravos a resistirem, foi contratado
Domingos Jorge Velho, bandeirante experiente na caça e destruição de Quilombos. Apesar da resistência, Palmares foi totalmente destruído.
Muitos negros suicidaram-se, para não voltar à vida de escravos. Zumbi
conseguiu fugir, mas foi encontrado e assassinado. Sua cabeça foi exposta em
praça pública para servir como exemplo, em 1694.
Fonte: Manual do Estudante