quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Tráfico Negreiro


Para tentar solucionar os problemas causados pela mão de obra indígena, a Coroa Portuguesa resolveu incentivar o tráfico de escravos vindos da África. Esse tráfico de escravos era realizado da seguinte forma: os comerciantes saiam de Portugal com alguns produtos como armas de fogo, vinhos, roupas, etc. e levavam esses produtos para a África, trocando-os por negros que eram trazidos para o Brasil. Aqui, os negros eram trocados por dinheiro, algodão e principalmente cana de açúcar, produtos que eram levados para Portugal. Esse sistema, que ficou conhecido como “Comércio Triangular”, fez durante muito tempo a fortuna desses comerciantes, que adquiriram grande poder. Esses comerciantes passaram a pressionar os senhores de engenho da colônia a comprar escravos, independente da necessidade econômica desses senhores, sob a ameaça de não levar seus produtos para serem vendidos, em Portugal.

O Tráfico
Os traficantes de escravos sabiam que era muito comum, após uma guerra entre tribos africanas, a vencedora escravizar a outra. Bastava então aos traficantes tornarem-se amigos dos chefes dessas tribos para conseguirem escravos, tarefa que não era difícil, pois esses chefes gostavam muito das bugigangas trazidas pelos traficantes. Para facilitar o seu trabalho, alguns traficantes jogavam uma tribo contra a outra e esperavam para “colher os frutos”, após a guerra. As condições de viagem nos navios negreiros eram as piores possíveis. Os negros eram acorrentados uns aos outros e levados para os porões dos navios, locais que não possuíam nenhuma higiene. A maneira como eram tratados pelos traficantes também não eram das melhores, pois os escravos passavam dias sem comer nada. Ao chegarem à colônia os negros eram alimentados (para causarem uma boa impressão aos compradores) e levados ao mercado para serem, vendidos aos senhores que os examinavam como se estes fossem animais.

Trabalho Escravo
Os escravos eram utilizados nos mais variados tipos de trabalho: nas lavouras de cana, no engenho, na cozinha, nas minas, etc. o trabalho era muito duro e aquele que não trabalhasses direito ou se recusasse a fazê-lo sofria terríveis castigos como açoites ou a marca de ferro em brasa, da letra “F”, para os negros fugitivos. 

A Luta Contra a Escravidão
Para resistir à escravidão, muitos negros fugiam das senzalas (grande galpão, onde dormiam os escravos) para as florestas. Esses escravos fugitivos formavam aldeias, que eram chamadas de Quilombos. O Quilombo mais conhecido foi o de Palmares, pois foi o que mais resistiu aos seus inimigos brancos. O primeiro a tentar destruir o Quilombo de Palmares foi Fernão de Carrilho, em 1677, mas ele fracassou. Após várias tentativas, todas inúteis, pois o Palmares além de muito populoso tinha como líder, Zumbi, que incentivava os escravos a resistirem, foi contratado Domingos Jorge Velho, bandeirante experiente na caça e destruição de Quilombos. Apesar da resistência, Palmares foi totalmente destruído. Muitos negros suicidaram-se, para não voltar à vida de escravos. Zumbi conseguiu fugir, mas foi encontrado e assassinado. Sua cabeça foi exposta em praça pública para servir como exemplo, em 1694.

Fonte: Manual do Estudante