sábado, 24 de janeiro de 2015

História da Ásia




É com base na Soberania dos Estados que as imigrações internacionais são reguladas, visto que a mudança de um país para outro se constitui num fenômeno político, mais do que meramente social. O fluxo migratório se configura a partir da busca de uma vida melhor; seja econômica, nesse caso os países-alvo são aqueles mais desenvolvidos. Os Estados Unidos, por exemplo, recebe estrangeiros, como é o caso de muitos brasileiros que executam funções consideradas “secundárias”, que aqui não executariam, principalmente por se tratar de trabalhos muito mal remunerados.

Para a permanência dos estrangeiros no território, os países exigem documentação, porém muitos permanecem por anos na ilegalidade. O estrangeiro que se encontra em situação irregular enfrenta muitas dificuldades para obter direitos básicos como: trabalho, saúde, educação, moradia, etc. Este é um problema para os brasileiros “ilegais” em outros países, mas também para os estrangeiros no Brasil, como ocorre com os bolivianos, entre outros.

No caso dos Estados Unidos, a tragédia de 11 de setembro instigou um debate que permanece até hoje: “a entrada e permanência de imigrantes em seu território, principalmente os de origem árabe”. Existem muitas teorias em torno do “terrorismo” nos Estados Unidos. Independente de essas teorias estarem corretas ou não, o que podemos perceber é uma constante interpretação xenofóbica e etnocêntrica dos Orientais, principalmente os ligados ao Islã.  Segundo Edward Said, (intelectual palestino, crítico literário, pensador do imperialismo e da imposição do Ocidente sobre o Oriente) em seu livro “Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente”, há uma visão dos povos orientais, cristalizada, construída histórica e politicamente.

Essa maneira de ver o Oriental surgiu mais especificamente com o imperialismo inglês e francês no século XIX. O outro, nesse caso o Oriental, é entendido como inferior e não simplesmente, diferente. Na realidade, a Europa se apossou de territórios e da história das civilizações da região colonial adjacente. Numa relação de dominação, não se levou em conta, a realidade desses povos, eles ganharam a forma que os europeus quiseram dar, principalmente os povos do Oriente Médio, como os árabes. Os livros e o cinema têm contribuído muito para a difusão dessa imagem primitiva e violenta do Oriente, que perdura até os nossos dias.

Muito se tem a fazer até que o Oriente seja desmistificado, para ser finalmente entendido em suas especificidades, para tanto vale lembrar a necessidade de um olhar para o outro, despretensioso, livre de preconceitos. Para que isso ocorra é necessário que os temas xenofobismo, etnocentrismo e orientalismo sejam mais frequentemente debatidos. Finalizo a exposição com a fala de Edward Said no livro já mencionado “(...) Consolei-me acreditando que este livro é um entre vários, e esperando que haja estudiosos e críticos que queiram escrever outros.” (pg. 35).

Professora Cidinha Britto

RESUMO - "Os Bestializados - O Rio de Janeiro e a República que não foi". José Murilo de Carvalho. 2003, pp. 9- 166.

Introdução
José Murilo de Carvalho inicia seu livro “Os Bestializados – O Rio de Janeiro e a República que não foi” citando Aristides Lobo, que de acordo com sua fala: na ocasião da República, assistira os acontecimentos “bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver talvez uma parada militar”. Em outras palavras o novo regime, ou seja, a República, teria passado despercebido àquela sociedade. Ele também cita o francês Louis Couty que considerava o país órfão, pois segundo ele, “o Brasil não tem povo”. Conforme essa visão o povo brasileiro não tinha nenhuma consciência política e estava completamente alheio às transformações que ocorriam à sua volta, mesmo a população do Rio de Janeiro.

RESUMO - "A Formação das Almas - O Imaginário da República no Brasil". José Murilo de Carvalho. 2003, pp. 9- 142.


Introdução
O autor reafirma o que já havia constatado em “estudo anterior”, não houve participação popular na implantação da República. Neste momento no novo regime três correntes ideológicas fortemente influenciadas pela Revolução Francesa concorrem na implantação de seu modelo de governo. São elas, o liberalismo, o jacobismo e o positivismo, tendo se destacado por volta da “virada do século”, o liberalismo. O jacobismo idealizava uma democracia clássica, o positivismo vislumbrava um futuro promissor proporcionado pela República para os cidadãos. E doutrina do liberalismo, um mínimo de envolvimento do Estado na vida dos cidadãos, cidadãos estes, politicamente autônomos. Essas ideologias serão manifestadas através de alegorias, mitos e símbolos, com o intuito de promover a legitimação do regime vigente, a saber, a República. O autor se propõe a “discutir mais a fundo o conteúdo de alguns dos principais símbolos utilizados pelos republicanos brasileiros, e na medida do possível, avaliar sua aceitação ou não pelo público a que se destinava, isto é sua eficácia em promover a legitimação do novo regime” (pp. 13).