Em 1095, foi realizado o
Concílio de Clermont, na França. Os Concílios eram reuniões ou assembleias para
a discussão de assuntos eclesiásticos. Naquela oportunidade, o Papa Urbano II,
convocou a cristandade, composta por pobres e ricos, para se juntarem em expedições
guerreiras na Palestina. Essas expedições ficaram conhecidas como “Cruzadas”. A
justificativa foi a reconquista da Terra Santa - Jerusalém, que estava sob o
domínio dos muçulmanos, que impediam
que peregrinos visitassem o Santo Sepulcro em Jerusalém. Ainda havia a crença dos integrantes do alto Clero, eles acreditavam que expulsar os adoradores de Alá da
região, iria contribuir para recuperar a unidade da Igreja, que estava dividida
desde 1054, pelo Cisma do Oriente. Para aqueles que decidissem ir, o Papa
prometeu uma indulgência, ou seja, o
perdão dos pecados. Por ocasião da terceira Cruzada, a indulgência se
estenderia àqueles que não podendo ir, financiassem outro viajante. Contudo, se
algum cruzado desistisse da Missão, seria excomungado, em outras, expulso da
comunidade cristã.
Cada cruzado usaria uma
cruz vermelha em tecido, bordada no ombro de sua roupa, um tipo de armadura de couro ou metal,
além de espada; escudo, e capacete. A vestimenta com a cruz os identificaria
como enviados de Deus.
As cruzadas
não tiveram um caráter apenas religioso, mas também político e econômico. A
Igreja Católica via nas Cruzadas, um meio de aumentar sua riqueza e prestígio.
O movimento cruzadista chamou a atenção de muitos filhos de senhores feudais,
que ao longo dos anos iam ficando sem terras. Muitos senhores possuidores de
grandes extensões de terra também se engajaram nas cruzadas, a fim de aumentar
suas riquezas, através da invasão de terras e saques no Oriente. Por outro
lado, a exploração sobre os servos, os levou a abandonar suas aldeias e a
ingressar no movimento cruzadista em busca de uma vida melhor no Oriente. A primeira
Cruzada (1096-1099) obteve algum sucesso, pois impediu o avanço muçulmano, e
Jerusalém foi conquistada. Mas por pouco tempo os cruzados ocuparam o Santo
Sepulcro, não demorou para que os muçulmanos se fortalecessem e em 1187,
novamente conquistassem a cidade. Ao todo foram oito cruzadas (de 1096 a 1270),
vale lembrar que não obtiveram o sucesso que esperavam. Em primeiro lugar, porque a
ocupação foi muito superficial, os cristãos não criaram laços com a população
local, sendo assim, não conquistaram aliados. Além disso, as disputas entre os
cruzados enfraqueceram as colônias militares. Os próprios idealizadores das cruzadas,
ou seja, a Igreja e sua cúpula, não tiveram capacidade para impedir o fracasso.
Economicamente,
as Cruzadas foram extremamente positivas para a Europa, porque consolidou o
Renascimento Comercial, mediante a expulsão dos árabes do Mar Mediterrâneo, o que possibilitou o fluxo comercial das cidades italianas, principalmente Gênova e
Veneza. O intercâmbio entre Ocidente e Oriente também promoveu mudanças
importantes na área cultural. Os cristãos finalmente tiveram acesso aos estudos
sobre medicina, astronomia e matemática feitos pelos islâmicos, bem como as
obras de ciência e filosofia greco-romanas que eles haviam traduzido.