quinta-feira, 30 de março de 2017

Texto sobre "Teoria e Prática, Arquivos, Bibliotecas e Museus: Fronteiras Definidas" - BELOTTO, Heloísa Liberalli


Segundo BELOTTO, patrimônio cultural diz respeito aos bens de uma sociedade. No caso em questão, os bens móveis, são: obras de arte, objetos de interesse arqueológico, etnográfico, científico ou tecnológico, material audiovisual, livros revistas, jornais e documentos administrativos ou particulares e, manuscritos ou impressos. A responsabilidade de recolhê-los, organizá-los e preservá-los para que possam ser usados pela comunidade, é das instituições especializadas, o que garante às futuras gerações o acesso à herança histórica.

Em razão de os arquivos, museus e bibliotecas terem o mesmo objetivo e responsabilidade, tem-se confundido sua funcionalidade, e documentos bem específicos conduzidos à instituição errada. Para evitar esse tipo de problema é imprescindível que os profissionais dos museus, arquivos e bibliotecas sejam devidamente qualificados para o cargo que ocupam. Os documentos têm seu destino determinado a partir da função pela qual foram criados. A autora apresenta a hipótese de três pedaços de pergaminho exatamente iguais, sendo utilizados distintamente, no primeiro, escrito um poema ou oração religiosa, seu destino será a biblioteca, mesmo que não seja um livro ou impresso; no segundo, um contrato, o que o qualifica para o arquivo; o terceiro, utilizado para a confecção de um tambor, deverá ser resguardado num museu.
Os documentos preservados na biblioteca podem ser manuscritos ou impressos, são livros, desenhos, plantas, mapas ou audiovisuais que atuam como material de pesquisa, aprendizado e instrução. Geralmente disponíveis em mais de uma biblioteca, com os quais a população em geral costuma ter mais contato. A biblioteca é um órgão colecionador que reúne e organiza o material que lhe é peculiar, a organização desse material é feita por assunto.  

Os documentos de arquivo por sua vez, são frutos das atividades desenvolvidas em instituições públicas ou privadas, e pessoa física. Eles também podem ser manuscritos ou impressos ou ainda, audiovisuais, são únicos, e abrangem desde, por exemplo, uma lei redigida numa tabuleta de barro até documentos jurídicos. O arquivo é um órgão receptor que preserva documentos e os agrupa conforme sua origem e função, seus objetivos primários são jurídicos, funcionais e administrativos; e os fins secundários, artísticos e de pesquisa histórica.

Documentos de museu podem se dividir em: elementos funcionais (artefatos indígenas) e de criação artística (obras de arte). Eles são considerados como testemunho histórico e como tal, útil para informar, educar ou ainda, entreter. Como órgão colecionador, o museu dispõe os vários objetos distintamente de acordo com sua especificidade, sendo seus objetivos educativos e culturais, mesmo aqueles de cunho funcional.

O material, no caso da biblioteca e do museu, é geralmente comprado, doado ou trocado, entre instituições. No arquivo os documentos tem sua entrada naturalmente e dentro do esquema das três idades do documento: arquivo corrente, arquivo intermediário e arquivo permanente.  Num segundo momento, administradores, historiadores e juristas fazem o descarte para destruição dos documentos considerados sem utilidade. No museu e na biblioteca o tombamento é feito peça a peça e só tem sentido no arquivo permanente. No arquivo, o tombamento é um procedimento criterioso para o caso de em algum momento ser requerido pelos produtores ou autores desses documentos.

Bibliotecas e museus são comumente regidos por normas que devem ser na maioria dos casos, obedecidas rigorosamente. O arquivo se sujeita aos órgãos geradores do documento e à natureza desse material. A biblioteca cataloga seu material em fichas contendo todas as informações necessárias para a identificação ao usuário. No arquivo e no museu deve ser feito uma pesquisa prévia para a identificação do documento, das mais abrangentes às mais específicas. Sem os instrumentos de pesquisa, o usuário não pode ter acesso a essa documentação, por conta de sua descrição extremamente detalhada. 

O público da biblioteca e do museu é composto por pesquisadores e a população em geral. Já no arquivo, o público se divide entre suas esferas, a primeira e segunda idade pelos produtores do documento, juristas e pesquisadores administradores. No arquivo permanente, o historiador ou cidadão comum. Finalizando sua argumentação, a autora reafirma a importância de compreender as particularidades de cada uma das instituições em suas áreas de domínio.

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