Castro Alves escreveu este drama, os
três primeiros atos se situam em Minas Gerais e o último no Rio de Janeiro. Seu
trabalho corresponde ao período entre 1789 a 1792. A peça contém quinze
personagens específicos, além de damas, cavalheiros, conspiradores e soldados.
ATO
I - OS ESCRAVOS
Cena
I
O escravo Luiz está preocupado com o
seu senhor Gonzaga, pois o tem visto muito pensativo, aproveita a conversa para
dizer o quanto se sente grato pela liberdade recebida. Eles relembram Cora,
mulher de Luiz, já morta. Também falam sobre a filha, Carlota que foi vendida ainda
na infância. Luiz lamenta sua perda e Gonzaga lhe questiona sobre o que ele
estaria disposto a fazer para tê-la de volta. Luiz diz estar disposto a tudo,
até a morrer, Gonzaga então anuncia que isso só será possível por seu heroísmo
na revolução.
Cena
II
Enquanto ainda falavam, chegam Cláudio,
Alvarenga e o padre Carlos, Luiz sai e os quatro começam a conversar sobre os
abusos da metrópole, que sabemos, é Portugal, e da situação difícil em que se
encontram na colônia. Cristo é citado como exemplo de luta e sofrimento, para
reforçar a ideia de que chegou a hora da revolução. Eles culpam a metrópole
pelas dificuldades de toda a sociedade, se queixam dos impostos que eles chamam
de dízimos da metrópole. Planejam disseminar o descontentamento entre a
população, acreditam que o povo irá se unir a eles nessa luta. Os amigos são
inspirados pela Independência Americana e pela Revolução Francesa, se deu certo
lá, dará certo nas Minas também. Os rebeldes sabem que não terão êxito sem a
ajuda de alguém do governo e Gonzaga se incumbe de envolver o intendente geral
na conspiração, para isso esse irá se valer do escravo Luiz.
Cena
III
Gonzaga chama Luiz à conversa e tendo
ao fundo uma voz que canta, é a escrava Carlota falando de suas mazelas.
Gonzaga começa a contar a triste história de Luiz aos amigos, como sua mulher
sofreu nas mãos do seu dono, como acabou morrendo afogada e como sua filha lhe
foi tirada. Gonzaga conta que falou sobre Luiz com Joaquim Silvério segundo ele
“um dos melhores de seus companheiros”, Luiz não confia nele, Cláudio também
não. Segundo Gonzaga, Silvério promete entregar a jovem escrava se Luiz
participar da revolução. Apesar da desconfiança Luiz aceita a revolução como se
fosse uma filha, só porque deseja encontrar Carlota.
Cena
IV
Gonzaga vê ao longe alguém que vem em
sua direção e imagina que seja alguém conhecido, e é, Silvério está chegando.
Cena
V
Silvério entra em cena e a conversa se
desenrola em torno do assunto principal, a revolução. Silvério se diz amigo do
governador, mas reconhece que se eles falharem irão sofrer as consequências
pelas mãos do próprio governador que está chegando à Vila Rica dentro de dois
dias. Silvério pretende inflamar os corações com a ideia da revolução antes que
o visconde chegue, mas suas intenções não são puras.
Cena
VI
Silvério vai até Carlota, sua escrava e
combina um encontro.
Cena
VII
Os amigos se preparam para sair “rumo a
independência” enquanto Gonzaga sonha com sua amada Maria Doroteia.
Cena
VIII
Silvério vai ter com Carlota e exige o
saldo da espionagem na casa de Maria. Carlota não quer mais trair a confiança
da família que a tem em grande estima. Silvério a ameaça usando artifícios
sórdidos entre outras coisas, a morte de seu pai que ele conhece bem. Carlota assustada
volta atrás em sua decisão e lhe conta que Gonzaga e Maria pretendem se casar
dentro de três dias, com ou sem o consentimento de Portugal que eles tentam
conseguir já há dois anos. Silvério vai denunciar Gonzaga ao visconde.
Cena
IX
Carlota se encontra com Maria, sua
consciência pesa por trair sua confiança, Maria lhe abre o coração a respeito
de seu amor por Gonzaga. Gonzaga se aproxima delas.
Cena
X
Gonzaga e Maria trocam juras de amor,
se casarão no dia seguinte. Gonzaga lhe apresenta documentos da revolução para
que ela os entregue a seu tio, o Tenente-coronel João Carlos. Maria está feliz
porque acredita que já estarão casados quando o governador, (a quem ela chama
de corvo negro da desgraça) chegar. Enquanto ainda falam chegam o governador e
Silvério, eles ouviram a conversa. O governador faz ameaças de morte e Maria
desmaia deixando cair os documentos que Carlota pega, acreditando poder salvar
a vida de seu pai.
ATO
II - ANJO
E DEMÔNIO
Cena
I
Tiradentes, Cláudio, Alvarenga e padre
Carlos conversam sobre a possibilidade de morrerem na forca prometida pelo
governador, o padre cita Cristo como exemplo de martírio, Tiradentes lhes
mostra que tudo é válido pela pátria, ele nem teme o visconde de Barbacena,
governador tirano.
Cena
II
Os amigos decidem participar de um
baile, mas no outro dia, concordam, começa a revolução. Luiz os serve bebidas e
os alerta que “as paredes têm ouvidos”, mas
os amigos não se importam.
Cena
III
Aproximam-se Silvério e o visconde de
Barbacena que é anunciado pelo pajem em sua chegada. Os amigos estão por ali e
brindam a morte do governador, ele ouve, mas segundo o conselho de Silvério,
aguarda o desfecho do dia seguinte.
Cena
IV
O governador conversa ironicamente sobre
Maria e seu noivo, enquanto eles se aproximam do baile.
Cena
V
Se estabelece um diálogo primeiramente
entre o governador e Maria e depois com Gonzaga e Tiradentes. O governador não
disfarça seu desejo por Maria nem sua raiva pelos inconfidentes (Gonzaga e seus
amigos). Tiradentes afronta o governador e ele o manda prender.
Cena
VI
O tenente-coronel anfitrião da festa
desestimula o governador a respeito da prisão de Tiradentes. Passam a conversar
Gonzaga e o governador sobre a questão dos impostos requeridos pela metrópole,
depois o governador tenta ludibriar Maria para que não se case logo, mas espere
o consentimento de Portugal.
Cena
VII
Cláudio avisa que vai passar um tempo
com uma jovem a quem quer bem, Tiradentes diz que irá depois.
Cena
VIII
Gonzaga acredita no governador, mas
Maria não e ainda sente medo. Gonzaga pergunta sobreo os documentos e ela vai
busca-los para entregar ao tio.
Cena
IX
Maria os pede a Carlota.
Cena
X
Carlota lhe traz uns papéis.
Cena
XI
Eles constatam que aqueles papéis não são
os documentos.
Cena
XII
Gonzaga diz aos amigos que o governador
está do lado deles, o que ele deduzira após a conversa que tiveram. Carlota
entrega os documentos a Silvério.
Cena
XIII
Silvério mostra os documentos para o
governador que os manda queimá-lo, o que lhe importa é usar o seu conteúdo para
chantagear Maria.
Cena
XIV
O governador declara a Maria o seu
amor, mas é rejeitado por ela, então revela seus planos sombrios, mostrando-lhe
os documentos. Maria o engana e destrói os documentos.
ATO
III - OS
MÁRTIRES
Cena
I
Silvério e o governador estão na tocaia
dos conspiradores e Silvério expõe seu plano de usar Carlota para pegá-los.
Cena II
Tiradentes e Cláudio suspeitam que
estejam sendo seguidos.
Cena
III
Cláudio, Tiradentes, Alvarenga, o Padre
Carlos e três homens encapotados conversam sobre a revolução numa linguagem
figurada.
Cena
IV
Continuam o diálogo.
Cena
V
Carlota cobra o encontro com o pai e
Silvério o adia mais uma vez e pressiona a moça a cumprir mais uma tarefa na
espionagem. Ela irá se passar por homem para chegar até os conspiradores. Ela
teme ser descoberta e morta, Silvério a aconselha a usar algo que possa
identificá-la quando preciso, ela se lembra do rosário de prata de sua mãe.
Cena
VI
Silvério avisa o tenente-coronel que
ninguém poderá sair do lugar onde estão sem apresentar a máscara e o rosário.
Cena
VII
Carlota chega ao lugar onde estão os
conspiradores e que a atende é Luiz, ele a deixa entrar, pois tem uma carta
para entregar em mãos ao senhor Gonzaga.
Cena
VIII
Maria se disfarça com roupas masculinas
e máscara para tentar proteger Gonzaga.
Cena
IX
Maria chega à casa onde está o
governador e ele a confunde com Carlota, sem saber fala sobre os planos de
Carlota chegar ao barco onde estão os conspiradores para abrir nele uma fenda e
impedi-los de prosseguir viagem. Maria decepcionada finge ser Carlota e é
liberada.
Cena
X
Maria chega ao barco e se revela,
pedindo que Gonzaga escape para viver.
Cena
XII
Maria vai até a casa e avisa os amigos
de Gonzaga que eles foram traídos. Eles discutem longamente sobre quem irá
escapar e quem irá morrer, Maria implora que Gonzaga sobreviva, ou ela será
obrigada a casar-se com o governador.
Cena
XIII
Luiz busca Carlota e ameaça matá-la
porque foi descoberta a sua trama, ele pede por uma última prece e um beijo no
rosário de sua mãe morta. Luiz reconhece o rosário de sua mulher Cora e então
os dois se descobrem pai e filha.
Cena
XIV
Todos se despedem porque acreditam que
irão morrer. Carlota entrega a Gonzaga o rosário de sua mãe para que ele possa
escapar com vida, já que a máscara não será suficiente. Gonzaga escapa por um
lado e Maria por outro, os demais permanecem no mesmo lugar.
Cena
XV
Eles saem dispostos a morrer pela
revolução.
Cena
XVI
Silvério pensa ter visto Carlota, mas
era Gonzaga que escapava. O governador por sua vez viu alguém que saía do outro
lado, pensou que fosse Gonzaga.
Cena
XVII
Gonzaga e Silvério descobrem que foram
enganados e que escaparam Gonzaga e Maria.
Cena
XVIII
O governador se vinga de Carlota e a
entrega ao escravo Paulo para ser sua esposa.
Cena
XIX
Silvério entra na casa e dá voz de prisão
a todos os conspiradores. Mais uma vez ouve-se ao fundo o canto de Carlota. Os
homens discutem muito, Silvério conta para Luiz que destinou sua filha para
esposa de todos os escravos.
XX
Paulo traz Carlota que acabara de
suicidar-se. Luiz tenta se consolar com a ideia de que ela seria lembrada entre
os primeiros mártires do Brasil.
ATO
IV - AGONIA
E GLÓRIA
Cena
I
Gonzaga assume que se vai morrer que
seja dignamente, como mártir, à vista de todos.
Cena
II
Encontram-se os prisioneiros Luiz e
Gonzaga a caminho da audiência. Conversam sobre sua situação, Gonzaga espera
rever Maria, mas tem poucas esperanças.
Cena
III
O governador culpa Silvério de todos os
seus prejuízos da conjuração, principalmente por não ter Maria em seus braços.
Mas Silvério diz que só fez o que foi incentivado a fazer pelo próprio
governador. Depois de aguçado por Silvério, o governador o faz jurar que a
trará para ele.
Cena
IV
Maria, embora a contragosto, atende a
um chamado anterior e visita o governador.
Cena
V
Maria e o governador têm uma conversa
longa na qual ele mais uma vez declara seu amor, amor que ela enoja, mas está
disposta a negociar com ele a liberdade de Gonzaga.
Cena
VI
Na prisão Luiz discursa enquanto vê
Maria chegando com o carcereiro para libertar Gonzaga.
Cena
VII
Maria aguarda enquanto vão buscá-lo.
Cena
VIII
Maria lhe dá a notícia de sua
liberdade, Gonzaga demora a perceber que ela trocou sua própria liberdade pela
dele, mas quando percebe se ira.
Cena
IX
Gonzaga se encontra com Maria, o
governador e um número de pessoas a quem ele quer falar sobre a trama do
governador e a vergonha que sente pelo que Maria fez. Maria tenta dissuadi-lo,
mas o governador tem provas (“forjadas”) de que ela aceitou de bom grado o
acordo.
Cena
X
Luiz desmascara o governador.
Cena
XI
Silvério vem pedir o auxílio do
governador porque sente a animosidade do povo contra sua pessoa, o governador,
mais uma vez o culpa por suas desgraças.
Cena
XII
Gonzaga acredita que vai morrer, Maria
promete guardar sua memória.
Cena
XIII
Gonzaga se despede de Maria e junto com
Luiz, parte para Moçambique. Enquanto os vê partir, Maria recita uma triste
poesia.
Professora Cidinha Britto
Obrigadaaaaa...
ResponderExcluirMe ajudou demaaaaais....
Fico feliz por isso!
ExcluirQue poema era esse que Maria recitou no final
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